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Como é a piscina de ondas do Boa Vista Village? Testamos

Esquire Brasil se hospeda no Boa Vista Village, no interior de São Paulo, e testa a piscina mais cobiçada pelos surfistas. A experiência? Incrível

Em certa sexta-feira, peguei minha prancha, roupa de borracha, parafina, leash e pus no carro — rotina comum para qualquer surfista. O improvável era o roteiro. O GPS marcava 1h15min de viagem a partir do bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. O destino: Porto Feliz, interior do estado. Estava a caminho do Boa Vista Village, cerca de 4 horas de distância de Maresias, Camburi ou Baleia, locais do litoral paulista que poderiam proporcionar ondas incríveis.

O que eu pensava, durante meu percurso, era uma certeza de que nenhuma praia do litoral poderia me garantir: eu ia, 100% de chance, surfar ondas perfeitas. Havia inclusive marcado a hora, escolhido o tamanho, a formação e o lado. Se você nunca surfou, não sabe a dificuldade que é achar um mar com boas ondas. São muitas variáveis, e basta um vento mais forte para poder estragar tudo. A chance de agendar e ter a garantia de encontrar direitas abrindo com perfeição é algo que existia apenas em meus sonhos escolares — e se torna realidade exclusivamente aos hóspedes do empreendimento. Ainda mais em uma piscina, com ambiente controlado, sem disputa de remada, sem localismo, sem a eterna competição. No mar, ondas clássicas são raras. Então, existe uma disputa feroz por elas. Na piscina, as ondas vêm cronometradas e os surfistas acabam se tornando amigos.

O Boa Vista Village faz parte da incorporadora JHSF, empresa responsável pelo Shopping Cidade Jardim e sócia do grupo Fasano. É um complexo com apartamentos à venda a partir de R$ 10 milhões, hotel, campo de golfe, quadras de tênis e piscina de ondas. Minha experiência foi passar o fim de semana no hotel, decorado por Sig Bergamin e Murilo Lomas, e operado pelo Fasano — embora a marca não apareça.

 

Boa Vista Village (Divulgação)

 

A estrutura conta com 57 apartamentos. As acomodações variam de 40 a 120 metros quadrados , com 13 categorias diferentes. Algumas unidades possuem varandas amplas, enquanto outras têm apenas janelas. O maior apartamento fica no sétimo andar, com conexão a outro, permitindo acomodação para famílias maiores. Possui cozinha completa e sala de jantar para até oito pessoas.

 

Boa Vista Village (Divulgação)

 

Mas o que mais impressiona, pelo menos para mim, é a piscina. A JHSF escolheu a tecnologia Perfect Swell para as ondas no interior de São Paulo. O que posso dizer é que a experiência é realmente incrível – não à toa o campeão mundial e olímpico Ítalo Ferreira está sempre por ali treinando. No início, há uma explicação importante de como se comportar dentro d’água: esperar a sua vez, onde remar para dropar no ponto certo, proteger a cabeça caso caia (há locais mais rasos). Assim que você entra, a diversão é garantida. Surfei à noite, havia poucas pessoas. Em uma hora, consegui pegar 12 ondas perfeitas. No mar, isso seria impossível. Com uma ou duas, eu já estaria muito feliz. Sei que foram 12 porque as ondas são filmadas por um profissional que fica na areia e, assim que acaba a sessão, você pode comprar os vídeos. Você surfa e volta remando, surfa e volta, surfa e volta. É uma hora de exercício intenso. Sinceramente, acredito que há tantas vantagens em relação ao mar, que só mesmo em condições especiais as praias superam a piscina em relação ao surfe.

 

Boa Vista Village (Divulgação)

 

Ao todo, são oito níveis de dificuldade, incluindo ondas tubulares para esportistas avançados. O hotel oferece pacotes que incluem experiência de surfe, com ao menos uma sessão diária por pessoa.

Fica claro que o ambiente da piscina de ondas proporciona uma evolução contínua. As filmagens das sessões são utilizadas para análise técnica, permitindo ajustes na postura, movimentação e estratégia. A Perfect Swell utiliza 20 motores de alta potência. Diferentemente da tecnologia do multicampeão mundial Kelly Slater, Wave Pool, que gera uma onda a cada 5 minutos, a da JHSF permite ondas consecutivas e configuráveis.

O sistema possui um cardápio, com opções de iniciante, intermediário, avançado, tubos e aéreos. Elas podem ser programadas em série ou individualmente, com pausas de 15 segundos. O controle é feito por meio de um tablet interativo, permitindo a personalização do tipo e intensidade. Sessões especiais para tubos e aéreos são realizadas com apenas cinco surfistas na água, garantindo exclusividade e alta performance. Há um controle rigoroso do acesso para evitar superlotação. A mesma tecnologia é usada no São Paulo Surf Club, prestes a ser inaugurado na capital paulista, com título familiar a R$ 900 mil.

 

Boa Vista Village (Divulgação)

 

A expectativa é de que se repita o sucesso do Boa Vista Village. Os preços dos imóveis na região dispararam, com apartamentos que custavam R$ 4,5 milhões sendo vendidos hoje a partir de R$ 10 milhões. Será o surfe o novo golfe?