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Gabriel Medina e Cauã Reymond falam sobre surfe, estilo de vida e os ensinamentos que levam da água para a vida

O surfista e o ator pegaram onda juntos, em São Paulo, e conversaram com exclusividade à Esquire Brasil

Cauã Reymond e Gabriel Medina surfando no meio de São Paulo? Desde que os clubes com piscina de ondas chegaram na cidade, esse encontro é possível.

O ator e surfista se encontraram no Beyond The Club, em São Paulo, e após uma sessão de surfe com ondas programadas, os dois amigos sentaram para um bate papo sobre esporte, estilo de vida e os ensinamentos que levam da água para a vida.

Confira abaixo:

Gabriel Medina e Cauã Reymond
Gabriel Medina e Cauã Reymond

 

Cauã Reymond: Estou aqui com o três vezes campeão mundial, com a capacidade de ser 20 vezes campeão mundial. Depende dele.

Gabriel Medina: Amigo, é tudo! O que você mais gosta do surfe?

CR: Cara, com o passar dos anos eu já fui… eu comecei a surfar mais depois dos vinte, assim. Peguei a faixa-preta com 21 e aí eu parei de treinar jiu-jítsu para me dedicar cem por cento à atuação e aí eu comecei a surfar muito. E o que eu mais gosto do surfe é essa sensação que eu estou agora: eu estou com frio e feliz, com fome e feliz, assim.

E acho que não tem nada mais especial do que pegar um tubo, né? Como é que é pegar Teahupo’o, dez pés?

GM: É a minha onda favorita, Teahupo’o; é a onda em que eu me sinto mais confortável, assim, porque é uma esquerda popular, perfeita — inclusive a gente ter as Olimpíadas lá, né?

CR: Uma foto histórica, full. À la Michael Jordan!

GM: Foi muito maneiro. Tranquilo acho que nunca é; sempre tem aquela adrenalina que deixa a onda mais legal. Sensação de liberdade, você estar dominando o oceano, porque é uma onda muito desafiadora; ela é linda e é perigosa ao mesmo tempo.

O que você tira do surfe que você usa talvez quando está atuando? Tem alguma lição que o surfe traz para a atuação?

CR: Bem, de você estar no momento — que é o tal do mindfulness. Quando você está fazendo alguma coisa, no surfe é exatamente isso: não tem tempo para pensar em nada; é estar extremamente conectado, prestando atenção no que eu estou fazendo, vivendo o que eu estou fazendo sem pensar no futuro e no passado: no presente. E atuar é um pouco isso: se você estiver no futuro, você não está conectado com seu parceiro de cena, e se você estiver no passado, você já perdeu, assim. É que nem ficar pensando na manobra antiga, entendeu?

Uma das coisas que eu vi, que eu acho especial, é que os grandes atletas, como você, os grandes esportistas, os campeões mundiais, os caras extremamente talentosos, quando erram, ficam chateados, mas abandonam o erro e já pensam na próxima onda, na próxima manobra, na próxima jogada. Acho que o surfe deve ser igual, né?

GM: É igual. Você esquece tudo e vive o momento. É o que eu mais gosto mesmo de tudo.

Você esquece os problemas pela felicidade. Você esquece. É onda por onda. Uma nova, uma nova. Rema. E assim vai.

CR: Mas o que faz você, agora voltando de uma lesão —e hoje eu vi, você surfou aqui com a gente; foi espetacular —, surfou de base trocada, foi melhor que todo mundo na água, foi aquela humilhação gostosa de ver; está colocando o floater… O que faz você falar assim: “cara, eu ainda tenho muitos anos de competição pela frente”?

GM: Eu acho que, depois que eu conquistei minha meta de ser 3 vezes campeão mundial, eu acho que todo ano é uma oportunidade de buscar o seu melhor dentro e fora da água. Eu viajo o mundo inteiro, passo por situações de vitórias — mais derrotas do que vitórias —, e eu acho que essa evolução constante é o que me mantém vivo: vencer, aprender e evoluir dentro e fora da água.

CR: Mas tem uma coisa que você falou que é interessante, você falou “mais derrotas do que vitórias”, mas é importante que você saiba: a gente só lembra das suas vitórias.

GM: Irado. Obrigado, mano. Tô muito junto. Isso aí. Irado demais. Bom ter você aqui com a gente. É isso aí, galera.

CR: Gabriel Medina e eu aqui. Espero que vocês tenham gostado. Valeu!

 

Assista à entrevista completa: