A timidez e a discrição não impediram Lô Borges de brilhar intensamente no céu da MPB. Integrante do Clube da Esquina, ao lado de luminares como Mílton Nascimento, Toninho Horta e Beto Guedes, o cantor e compositor mineiro absorveu Beatles, jazz, rock progressivo e psicodelia para criar, desde os anos 70, joias pop em formato de canção, seja em múltiplas parcerias ou em carreira solo. Morto hoje, aos 73 anos, Borges deixa uma rica herança musical que vai seguir ecoando por toda a Via Láctea e além.
Confira cinco letras inesquecíveis de Lô Borges:
“Trem azul” (com Ronaldo Bastos)
“Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem às vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar”
“A Via Láctea” (com Ronaldo Bastos)
“Aventuras, cicatrizes, segue o mundo a rolar
Diamantes, universo, coração vulgar.
Que navega no céu e navega no ar
grão de areia a vagar na espuma do mar…”
“Clube da esquina nº 2” (com Márcio Borges e Mílton Nascimento)
“Por que se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
A primeiro passo asso asso”
“Dois rios” (com Samuel Rosa e Nando Reis)
“Que os braços sentem
E os olhos veem
E os lábios beijam
Dois rios inteiros
Sem direção”
“Um girassol da cor do seu cabelo” (com Márcio Borges)
“Vento solar e estrelas do mar
A terra azul da cor de seu vestido
Vento solar e estrelas do mar
Você ainda quer morar comigo?”
