Com o compromisso de celebrar e reconhecer os valores da arte e da criatividade nacionais, o Rosewood São Paulo recebe a exposição A Conversa Infinita do artista visual Virgílio Neto. Com curadoria de Marc Pottier, a mostra conta com 30 peças inéditas instaladas na Galeria Filomena, e estará aberta ao público a partir do dia 4 de julho.
Virgílio estrutura suas composições como campos de convivência entre elementos diversos, criando camadas narrativas e poéticas infinitas. As palavras e frases que permeiam seus desenhos funcionam como dispositivos de evocação narrativa — expressões abertas que permitem ao espectador construir suas próprias histórias a partir do vínculo entre texto e imagem.
“O meu trabalho é um diálogo permanente com o imaginário e as tantas coisas que cruzam o meu dia a dia: minhas viagens, o que leio, o que vejo. A partir disso foi escolhido o nome A Conversa Infinita, inspirado pelo livro homônimo do filósofo francês Maurice Blanchot (1907– 2003)”, conta Virgílio. “Para minhas obras, crio diferentes percursos e possibilidades de interpretações. Elas não são fechadas e não possuem interpretação única, cada pessoa vai percorrer um caminho ali dentro e ter uma percepção diferente”, completa.
A residência artística que Virgílio acaba de realizar no Japão abriu novas possibilidades em sua pesquisa, especialmente no desejo de trabalhar com objetos — como os pratos que agora integra à sua prática. “É a primeira vez que faço obras assim e fui muito inspirado pelo que vi no Japão. As obras mais impressionantes estavam em objetos como quimonos e potes de cerâmica, então tentei trazer isso para essa exposição. Como eu queria trazer a identidade brasileira para as obras, escolhi trabalhar com gamelas, que são pratos de madeira usados para diferentes finalidades aqui no país, e criar pequenos cenários em cada uma delas”, explica o artista.
Segundo ele, os japoneses não dissociam arte e pensamento estético da vida cotidiana. Sua concepção de paisagem difere profundamente da “paisagem-janela” da tradição europeia. A fluidez do nanquim, o uso do vazio, a perspectiva não linear — todos esses elementos reverberam em algumas das obras apresentadas na Galeria Filomena, nas quais também se percebem ecos da tradição poética visual japonesa, que o incentivou a incluir citações e versos em suas composições.
“O Virgílio é um artista que faz parte do acervo permanente do Rosewood São Paulo, com um mural no restaurante Bela Vista, e apresentar a maior exposição da história dele em São Paulo na Galeria Filomena reflete nossa parceria contínua com o artista e nosso compromisso com a arte nacional”, afirma o curador Marc Pottier.
A exposição A Conversa Infinita apresenta 12 desenhos em papel, 3 pinturas em tela, 3 pinturas sobre painel de madeira e cerca de 10 pratos, nos quais Virgílio utilizou diversos materiais como grafite, acrílica, aquarela e nanquim.